03 fevereiro 2016

Diário de uma menina estranha


De óculos, aparelho, roupas de estilo diferente, tímida,  uns quilinhos acima do peso, rosto maltratado pela adolescência assim eu era.Uma menina como tantas outras no mundo afora sofrendo diariamente com o abuso moral de pessoas que julgavam-se superiores a mim.
 Eu sabia que eu não tinha o corpo de modelo, muito menos de mulher fruta, não tinha o rosto de anjo, nem barriga chapada, não tinha cabelo de comercial de shampoo. Mas doía quando eu passava na rua ou em qualquer canto da escola e ouvia comentários maldosos.Me chamavam de monstro, bruxa  ou qualquer outra coisa, doía muito ver as pessoas me olhando torto.
Eu percebia que as garotas “bonitas“ eram melhor tratadas que eu.                                                             
Nunca pedir pra ninguém gostar de mim, me amar, ou me achar bonita, eu tinha espelho em casa e sabia que não era. Eu só não queria ser tratada como aberração, muitas das pessoas que me maltratavam nunca trocaram nem 2 palavras comigo, me destratavam por motivos puramente superficiais.  Se realmente me conhecessem iam ver que eu sou uma boa amiga capaz de estar lá em todas as horas sem pedir nada em troca.

Me pergunto se a maioria das pessoas sabe oque é segurar o choro por horas e horas? Oque é chegar em casa e chorar tudo oque pode, rezar pra Deus todos os dias para ele te levar logo e acabar com o seu sofrimento.  As vezes eu sentia que não pertencia a esse mundo, minha vontade era desaparecer.
A única sorte que eu tinha era ter poucas pessoas que me amavam pelo que eu era, pessoas boas sinceras que me faziam acreditar que o mundo ainda tinha salvação. Essas pessoas me fizeram querer lutar por uma vida justa onde eu fosse respeitada.

Não escrevi isso pra ninguém sentir pena de mim, muito menos para me vitimizar, escrevi isso porque ninguém nunca me perguntou como eu me sentia a respeito disso. Então resolvi contar da única maneira que sabia com a “ palavra escrita ”.

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